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Um giro por Wynwood, o bairro mais descolado de Miami

Não tem com ir a Miami mais sem passar por Wynwood.

O bairro floresceu nos últimos anos e se tornou o mais interessante da cidade, vibrando infinitas paredes grafitadas, restaurantes descontraídos, lojinhas diferentonas, bares com pátios ao ar livre, baladas multiculturais, food trucks, ateliêrs e uma porção de outros atrativos. Vem descobrir Wynwood.

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No início do século 20, Wynwood era um bairro que abrigava famílias de classe média-baixa, com muitos imigrantes cubanos, porto-riquenhos, colombianos e haitianos e fábricas da indústria têxtil. Nos anos 1970, a área começou a sofrer com tráfico de drogas. A primeiro empreitada artística, um prelúdio para a gentrificação que estava por vir, foi em 1987, quando um grupo do South Florida Art Center, fugindo dos aluguéis altos de Coconut Grove, comprou um prédio na região e abriu o maior ateliê da Flórida, o Bakehouse (que segue aberto e pode ser visitado).

Já nos anos 2000, o empresário americano Tony Goldman, a força por trás da revitalização de áreas como Soho em Nova York e a própria South Beach de Miami, viu potencial em Wynwood e começou a comprar imóveis no bairro. Em 2009, Goldman idealizou as Wynwood Walls, e as inaugurou junto com a famosa feira de arte contemporânea Art Basel daquele ano. Desde então, dezenas de bares, cafés, restaurantes, lojas e galerias culturais passaram a ocupar seus quarteirões.

Apesar de todas essas adições hipsters, Wynwood ainda tem uma vibe meio decrépita, com umas áreas descampadas e uns prédios baixos abandonados – cada centímetro devidamente grafitado, claro –, o que deixa o bairro mais legal ainda. Eu acho que vale e pena visitar Wynwood pelo menos uma vez de dia para ver os grafites, as lojas e os cafés, e umas duas vezes de noite para conferir os restaurantes e os bares e baladas. Se estiver hospedado em South Beach, vá de Uber, que é barato e te livra do trabalho de estacionar o carro – aliás, na minha última viagem a Miami eu SÓ andei de Uber ou Lyft, app concorrente, e foi muito mais prático (e até mais barato) do que alugar carro. Se estiver em Brickell, melhor ainda, fica pertinho.

O que fazer em Wynwood:

A rua principal de Wynwood é a NW 2nd Ave, o melhor lugar pra bater-perna, com alguns desvios para as transversais. Aconselho ir às sextas e sábados (quando a maioria das lojas fica aberta até às 20h) por volta das 16h e pegar o fim da tarde – a noite é o grande momento do bairro, quando a coisa ferve. Além da lista abaixo, embrenhe pelas ruas pra fazer seus próprios achados. E vá com fome para poder provar comidinhas em lugares diferentes.

Se der sorte de estar em Miami no segundo sábado do mês você pode comparecer a Wynwood Art Walk, uma feira que envolve venda de produtos de designers locais, exposições de arte, música ao vivo, food trucks e bares itinerantes num espaço na própria NW 2nd Ave.

Outra ideia é embarcar num tour de arte urbana.

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Zak the Baker

Você vai sentir o cheirinho dos pães assados aqui da calçada. Numa construção multicores que ocupa uma esquina toda, essa deli kosher serve sandíches, pães e docinhos majoritariamente veganos, ótimos pra um almoço ou café da manhã. Vale puxar um papo com o Zak H. Stern, o figura que toca o lugar. Domingo a quinta das 7h às 19h, sexta das 7h às 17h, fecha aos sábados

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Plant the Future

Amantes de arranjos de plantas vão enlouquecer nessa loja, com terrários, vasinhos e umas peças curiosas tipo um unicórnio cuja crina é feita de planta. Provavelmente não vai dar pra levar na mala, mas vale dar uma passada. Domingo a quinta das 10h às 18h, sexta e sábado das 10h às 20h

Serendipity

A pequena sorveteria tem criações como o “druken chocolate”, feito com whisky, e o “pear riesling”, de pêra com vinho. O básico de cookies também é delícia. E tem essa parede fofa de flamingos que fica ótima no Instagram. Domingo a quinta do 12h às 18h, sexta e sábado 12h às 23h

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Panther Coffee

É um café que produz o próprio café (talvez você veja a marca sendo vendida em outros estabelecimentos de Miami). Nas tardes de sábado tem música ao vivo e o pessoal se junta na área externa. Todos os dias das 7h às 21h

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Miami Mojito Company

Quase interligada com a loja Plant The Future (sensação reforçada pelas plantas pendendo do teto), este bar dos mesmo donos do Wood Tavern vende mojitos, capirinhas, caipiroskas e caldo de cana (Miami é meio Brasil, né), com sabores criativos como framboesa e tamarindo. Quase um quiosque na praia, só que não. (foto ao lado)

Wood Tavern

A cervejaria tem uma gostosa área externa grafitada com bancos e arquibancadas de madeira onde é legal passar o tempo tanto de dia quanto de noite, além de vender boas cervejas artesanais por US$ 4 (long neck) e ter noites de música ao vivo. Às terças eles servem tacos de graça (!).  Segunda a sábado das 17h às 3h, domingo das 15h às 00h

Malaquita Design

Loja de design linda de inspiração mexicana que vende de vasos a roupas, móveis, quadros e enfeites.

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Wynwood Walls

Propriedade das empresas de Tony Goldman, um dos visionários do bairro, e hoje possivelmente o lugar mais fotografado de Miami, o espaço reúne uma série de paredes grafitadas por diferentes artistas, inclusive os brasileiros Os Gêmeos. Lá dentro também tem um bom restaurante, o Wynwood Kitchen & Bar, com menu em estilo tapas com pequenos pratos pra dividir. Segunda a quinta das 10h30 às 23h30, sexta e sábado das10h30 a 00h, domingo das 10h30 às 20h

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Wynwood Letterpress

Eu não resisto a uma papelaria charmosa. Essa loja é uma espécie de ateliê do papel, com caderninhos, papeis de carta, cartões e outras coisinhas pintadas à mão. Dá para encomentar itens personalizados. Segunda a quinta das 11h às 19h, sexta e sábado das 11h às 20h, domingo das 11h às 18h

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Coyo Tacos

Sempre lotado, serve em grandes mesas coletivas comida mexicana trivial (tacos, burritos, guacamole) e absolutamente deliciosa. Passando pelas portas do fundo há a uma baladinha secreta que serve mais de 50 tipos diferentes de tequila e mezcal.  Segunda a quinta das 11h às 2h, sexta e sábado das 11h às 3h, domigno 11h às 23h

FrangiPani

Outra daquelas lojinhas legais de olhar mesmo que você não vá comprar nada. São vários presentinhos em potencial com pegada sustentável e social, como descansos de copo de pano vindos de comunidades de artesãos de Ruanda. Também vende câmeras Lomography e bijuterias bacanas. Todos os dias das 11h às 19h

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Brick

O bar/balada tem chope artesanal e um jardim enorme com mesas pra jogar beer pong. A trilha sonora envolve afrobeat, ritmos latinos e hip hop, e a pluralidade dos frequentadores representa bem todo multiculturalismo de Miami. Divertidíssimo. Quarta a sexta 17h às 3h, sábado 16h às 3h, domingo das 13h às 3h

Rubell Family Collection

Pioneiro, o museu da fundação da família Rubell mudou para o bairro quando ali não tinha mais que meia-dúzia de paredes grafitadas. Ele abriga mais de 7 mil obras, expostas em mostras rotativas. Em 2018 eles vão mudar para um prédio novo na região de Allapattah (uma Wynwood do futuro?), então corra. Quarta a sábado das 10h às 17h30

El Patio

Uma combinação infalível de ritmos latinos, um pátio com luzinhas coloridas e plantas e cerveja por US$ 1 no happy hour. Aos domingos servem sancocho, um cozido. Depois da meia-noite vira uma balada bem animada e eles começam a cobrar pra entrar, chegue cedo. Segunda das 18h às 3h, terça a sexta das 17h às 3h, sábado das 14h às 3h, domingo das 13h às 3h

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Wynwood Yard

Cheque o site do lugar antes de comparecer pra ver que evento está rolando: tem tudo nessa enorme área ao ar livre, desde aulas de yoga a noites de karaoquê, sessões de cinema, música vivo e aulas de pintura – todo dia tem alguma coisa, então se você não for estar em Wynwood no fim de semana este é o lugar pra captar um pouco da vibe do bairro mesmo de segunda a quinta. Os restaurantes e food trucks lá dentro são rotativos, com opções variadas (de sushi a churrasco brasileiro).Terça e quinta das 10h às 23h, sexta das 10h até o último cliente, sábado e domingo das 11h até o último cliente, fecha às segundas

SuViche

Num ambiente descoladex que inclui esses balancinhos com estofado colorido da foto, o restaurante mescla as culinárias japonesa e peruana com sushis e 7 tipos de ceviche. Prove o drink de maracujá com pisco.

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O chef Bradley Kilgore une alta gastronomia ao ambiente despojado de Wynwood, com mesas sem toalha, rock na playlist, parede de cimento gasto e um letreiro neon. O menu mais em conta sai US$ 69 e vem com cinco pratos, incluindo filé de costela de cordeiro com repolho amanteigado e alga hijiki. Pra pagar menos dá pra optar pelo menu do bar, com pratinhos pra dividir entre US$ 9 e US$ 22. Terça a domingo das 19h às 23h

Sugarcane

Um dos melhores restaurantes de Miami no momento, um pouquinho fora de Wynwood (mas perto o suficiente pra ir a pé a todos os lugares citados acima), serve pratinhos pra compartilhar. Tudo é delicioso, até a aparentemente despretensiosa salada de morango com tomate e ricota. Também são boa pedida a linguiça com tâmara e bacon, o bolinho de queijo de cabra (tão macio que parecia um catupiry) e a almôndega de frango com purê de couve-flor e castanha. A carta de drinques é supercriativa: o mojito de beterraba, para o qual eu não dava nada, é sensacional, e o “leite de tigre”, feito com pisco e servido num canequinho de cobre, também agrada. Todos os dias das 11h30 à 00h, (2h às sextas e sábados)

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