O QUE FAZER EM EDIMBURGO: ROTEIRO DE TRÊS DIAS
DIA 1:
O centro de Edimburgo é a Old Town, a parte mais antiga da cidade, onde figura um novelo de ruelas e construções medievais crivadas com becos e escadarias. O eixo do conjunto é a Royal Mile, uma via larga de 1,5 quilômetro que você pode caminhar de cabo a rabo: comece no Castelo de Edimburgo, um imponente forte com torres e muralhas no alto de uma colina (o ingresso é meio caro, mas lá dentro tem bastante coisa pra visitar; museu, joias da coroa, etc), e termine no Palácio de Holyroodhouse, onde Vossa Majestade, a rainha, passa uma semana por ano (esse vale só olhar de fora). No caminho, repare na gótica Catedral de St. Giles, lojinhas vendendo artigos de caxemira com preços amigáveis e o prédio estranhamente arrojado que abriga o Parlamento Escocês, que começou a funcionar depois de um plebiscito em 1997 (se você for muuuito interessado em arquitetura, é possível agendar uns tours pela construção).
Marque horário pela internet (ou compre na hora, mas aí corre o risco de você ter que esperar muito. Ou passe, compre, vá dar uma volta e retorna na hora combinada) para visitar o Mary Kings Close, no meio da Royal Mile. O tour de uma hora leva por becos, vielas e antigas casas subterrâneas que foram encobertas por novas construções com o passar dos anos. Personagens caricatos contam como era a vida e o comércio na cidade nos séculos 16 e 17, quando a Old Town era um amontoado insalubre de casebres mal construídos – quem fala inglês aproveita bem mais o passeio. Também é possível visitar o National Museum of Scotland, com entrada gratuita, que guarda uma variadíssima seleção de mostras que contam a história do país.
Na Old Town também fica o The Scotch Whisky Experience, onde você aprende e treina o paladar pra bebida orgulhosamente escosesa – o país tem mais de 100 destilarias. Leigos podem embarcar num trenzinho da alegria com telas e bonecos que contam o processo de produção da bebida, desde a cevada. Depois, você é conduzido a degustações seguidas de uma espiada na maior coleção de whisky escocês do mundo, com 3500 garrafas que foram doadas ao lugar em 2008, por, veja você, um brasileiro chamado Claive Vidiz. Fãs de Harry Potter não se aguentam e tiram uma foto no The Elephant House, onde J.K. Rowling começou a escrever os livros.
NOITE: O restaurante The Gardeners Cottage é um expoente entre os restaurantes contemporâneos da cidade. O salão é uma antiga cabana de jardineiro nos jardins reais com banho de loja hipster, com paredes brancas e decoração minimalista, garçons barbudos, mesas grandes que por vezes implicam se sentar com gente que você não conhece, música pop tocando e uma cozinha aberta da onde saem pratos do menu degustação feitos com ingredientes sazonais provindos de pequenos produtores do país – uma tendência mundial, vale dizer, que Edimburgo acompanha. O cardápio muda diariamente, mas pode ter certeza que vai ter frutos do mar e ruibarbo, um vegetal rosado azedinho.
O QUE FAZER EM EDIMBURGO
DIA 2:
Explore a New Town, com suas elegantes casas de arquitetura georgiana (ou seja, construídas ao longo dos reinados de Jorge I, II, III e IV, de 1720 a 1840) em ruas simétricas com praças jardinadas. Veja o movimento da Princess Street, avenida com lojas de departamentos e aquelas marcas de sempre (Primark, H&M, farmácias Boots, Dr. Maartens). Paralela a ela corre a bela George Street, com mais vitrines entre os canteiros floridos. Ela termina numa fotogênica praça gramada chamada Charlotte Square, circundada por casas de um milhão de libras.
Aí, enverede pela Queensferry Street, caindo Dean Villlage, colina abaixo. Na beira do Water of Leith, um estreito canal cuja margem tem passarelas que servem como um parque delicioso para passear, está esse antigo vilarejo esquecido pelos guias turísticos. Ali costumavam viver padeiros e outros da classe trabalhadora que se abasteciam dos moinhos instalados próximos da água. Hoje dá pra caminhar para ver as casinhas, as pontes e pequenos monumentos da época.
Seguindo as margens do canal você cai no bairro residencial da moda Stockbridge, onde, aos domingos das 10h às 17h, são montadas banquinhas na Saunders St para um simpático mercado com pães, queijos, geleias artesanais, azeites, trufas e refeições que incluem de saladas gregas a paellas fumegantes. Se não for domingo, é só zanzar pelas ruas próximas, como a St. Stephen Street, e olhar lojas de discos e acessórios, brechós, livrarias, pubs e cafés. Na primavera e no verão vale visitar o Royal Botanic Garden para ver jardins maravilhosos com centenas de plantas diferentes e esquilinhos serelepes.
NOITE: Dois chefs com estrela Michelin se juntaram para fundar o descontraído gastropub The Scran & Scallie, com um ambiente gostosinho (aceita cachorros!) e comida típica com toques modernos. Para pagar menos, o descoladinho 83 Hanover Street faz um mix de sabores locais com influências latinas.
O QUE FAZER EM EDIMBURGO
DIA 3:
O Holyrood Park é o parque mais cinematográfico da cidade – você talvez o reconheça do filme Um Dia. O ponto alto, literalmente, é o Arthur’s Seat, o topo de um vulcão inativo, que você atinge depois de uma trilha de meia hora de subida, com a vista linda de morrer para a cidade. Se estiver frio (provavelmente estará) esteja abastecido de casaco, cachecol etc.
Veja alguma atrações que tenha ficado faltando pelo centro. Depois, você pode explorar Leith, a antiga área portuária que apareceu no filme Transpotting e hoje é uma das mais descoladas da cidade. Veja a loja Scottish Design Exchange, com uma seleção de produtos incríveis feitos por designers locais, tome uma cerveja na artesanal Teuchters Landing e passeie pela charmosa calçada bem na beira da água onde estão lugares para se acabar em frutos do mar, como o Fishers in Leith, ou curtir um pub bem tradiça com boa comida, o The King’s Wark.
Onde ficar em Edimburgo / hotéis em Edimburgo:
Até US$150 (a diária):
The Baxter – para quem procura quartos coletivos baratos, é um hostel novinho e de design com localização excelente, de frente para a Princess Street. Há quartos quádruplos para quem estiver em grupo.
Cityroomz – aquele típico hotel simples e funcional, tipo um Ibis, bonitinho, confortável e bem localizado.
The Lairg Hotel – um bed & breakfast autêntico, meio vintage, um pouco afastado do centro – mas com uma estação de bonde bem na frente.
De US$ 150 a US$ 300:
The Inn on the Mile – em um charmoso prédio histórico na Royal Mile, tem nove quartos estilo boutique em cima de um pub.
Tigerlily – na elegante George Street, uma casa georgiana abriga este hotel-butique que tem quartos bem decorados, restaurante e um bar que bomba nos fins de semana, mas que não atrapalha quem quer só dormir.
Nira Caledonia – em Stockbridge, esse pequeno hotel de luxo tem instalações lindinhas em uma casa história e quartos com hidro.
Acima de US$ 300:
The Balmoral – difícil achar defeito nesse hotel chiquérrimo, o melhor da cidade, na Princess Street, do lado da estação de trem. Num prédio de 1902 há cinco restaurantes e bares (um com estrela no guia Michelin), spa, sauna, piscina coberta, lounges e quartos belos.
A melhor época pra ir a Edimburgo:
O clima em Edimburgo é um pouco ingrato. Assim como em Londres, chove o ano todo e é uma dádiva pegar um dia com céu azul. As temperaturas raramente ficam negativas no inverno, mas o vento e a umidade fazem parecer mais frio do que realmente está – ir entre maio e setembro é o ideal. E que fique claro que isso não atinge o humor dos escoceses: eles tem o Ano-Novo mais animado da Europa, uma enorme festa, a Hogmanay, e um incrível festival de verão, o Fringe, em agosto.