ÍNDICE:
- O que é o turismo excessivo?
- Quais são os principais impactos do turismo excessivo?
- Como evitar a destruição de destinos turísticos?
- Fernando de Noronha, Brasil
- Machu Picchu, Peru
- Ilhas Galápagos, Equador
- Cozumel, México
- Veneza, Itália
- Santorini, Grécia
- Ilhas Phi Phi, Tailândia
- Antártica
- Dicas para minimizar o impacto social e ambiental nas viagens
O que é o turismo excessivo?
O turismo excessivo, também conhecido como overtourism ou turismo predatório, refere-se à um destino que se torna tão popular entre os turistas que a capacidade de infraestrutura e recursos do local é ultrapassada, resultando em impactos negativos para o meio ambiente, para a cultura local e afeta a qualidade de vida dos habitantes.
Quais são os principais impactos do turismo excessivo?
Os principais impactos do turismo em excesso são a superlotação, poluição, degradação ambiental, aumento dos preços de moradia e produtos locais, deslocamento de moradores e perda de autenticidade cultural. O aumento da demanda por serviços turísticos, como a construção de hotéis, resorts e infraestrutura de transporte, pode levar à destruição de habitats naturais, poluição da água e do ar, e produção excessiva de resíduos.
Como evitar a destruição de destinos turísticos?
Os viajantes podem contribuir escolhendo destinos menos conhecidos, respeitando as regras, minimizando o desperdício, apoiando negócios locais e praticando o turismo responsável. Além disso, os destinos devem desenvolver planos de turismo sustentável que levem em consideração a capacidade do local e estabeleçam limites para o número de visitantes.
O turismo sustentável se resume a causar o menor impacto ambiental possível, respeitando a cultura local e beneficiando as comunidades, promovendo a conservação ambiental.
8 destinos que estão sendo destruídos pelo turismo excessivo
Fernando de Noronha, Brasil
De acordo com o UOL, em 2022, Fernando de Noronha recebeu quase 150 mil turistas (um recorde). O arquipélago brasileiro conhecido por suas águas cristalinas e rica vida marinha enfrenta desafios significativos relacionados ao turismo predatório. Embora o turismo seja uma importante fonte de receita para a região, o aumento descontrolado do número de visitantes e práticas insustentáveis têm colocado em risco a integridade ambiental e a qualidade da experiência turística no local – desde o aumento no volume de esgoto não tratado e resíduos sólidos até a sobrecarga dos sistemas de infraestrutura, danos aos corais e extinção de espécies.
Por isso, restrições e taxas foram implementadas para proteger o arquipélago: os turistas que desejam visitar Fernando de Noronha devem pagar uma taxa de preservação ambiental para cuidar da ilha e controlar o turismo desenfreado. O valor da taxa varia dependendo de quantos dias você ficará no local. Por exemplo: quem fica dois dias, pagará R$ 185, e quem fica dez dias, pagará R$ 791. Veja mais sobre as tarifas AQUI.
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Machu Picchu, Peru
Machu Picchu é um destino formado por templos, muralhas e palácios feitos de grandes blocos de rocha – embora seja um dos destinos mais famosos e admirados do mundo, o aumento desenfreado do número de turistas e práticas insustentáveis estão colocando em risco a história e a beleza do local histórico. Existem algumas regras para visitar o local, como a obrigatoriedade de um guia licenciado – porém, isso não é tão fiscalizado.
Além disso, os ingressos são comprados com hora marcada e você deve escolher o horário de entrada no momento da compra – o limite para quem compra o ingresso para ver apenas as ruínas de Machu Picchu é de apenas quatro horas. Itens como tripés, bastões de selfie, mochilas grandes, comida e guarda-chuvas são restritos e não podem entrar no local. Obs: é proibido pular, gritar, correr ou sentar nos muros, como medida para reduzir a degradação do sítio arqueológico.
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8 destinos que estão sendo destruídos pelo turismo excessivo
Ilhas Galápagos, Equador
Se uma expressão pudesse descrever as Ilhas Galápagos, seria “laboratório vivo”. Esta denominação vem desde que Charles Darwin pisou no arquipélago – e de lá idealizou uma das teorias mais importantes da biologia. O turismo é uma importante fonte de receita, mas a falta de regulamentação adequada e práticas insustentáveis estão causando danos significativos ao ecossistema das ilhas. O ecossistema extraordinário das Ilhas Galápagos é altamente vulnerável a influências externas – em 2007, a UNESCO incluiu o arquipélago em sua lista de Patrimônios Mundiais em Perigo. De acordo com o G1, em 2017, ocorreu uma alta de 7% no número dos visitantes: cerca de 245 mil pessoas visitaram o local.
Como parte dos esforços para preservar a terra e sua vida selvagem única, várias restrições turísticas foram implementadas, incluindo a obrigatoriedade de que visitantes do Parque Nacional Galápagos sejam acompanhados por um guia licenciado. Atualmente, 97% da superfície terrestre foi designada como parte do parque nacional e a supervisão do turismo aumentou para evitar qualquer impacto prejudicial à saúde e à vida selvagem das ilhas. Além disso, houve restrições às construções e autoridades estimularam o uso de energias renováveis e carros elétricos na região.
Cozumel, México
Cozumel é uma ilha localizada no Mar do Caribe, ao largo da costa oriental da Península de Yucatán, no México, conhecida por suas águas azuis cristalinas, recifes de coral deslumbrantes e cenários naturais. De acordo com a BBC, Cozumel é o segundo destino de cruzeiros mais popular do mundo. Como muitos turistas chegam à ilha paradisíaca por meio de navios de cruzeiro, isso resultou em danos a um dos tesouros mais preciosos: os recifes de coral. Os recifes estão ameaçados pela poluição e os navios estão fazendo com que as águas aqueçam e danifiquem os corais.
Para preservar o ecossistema aquático de Cozumel, o turismo em algumas regiões do Parque Nacional do Recife de Cozumel está proibido temporariamente. Como uma alternativa, considere levar seu equipamento de mergulho até Isla Mujeres, uma ilha de tamanho compacto localizada ao largo da costa de Cancun. Lá, as águas cristalinas proporcionam uma experiência de mergulho única, permitindo a observação de majestosos tubarões-baleia e outras fascinantes criaturas marinhas.
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8 destinos que estão sendo destruídos pelo turismo excessivo
Veneza, Itália
Com sua geografia peculiar, é inegável que a cidade italiana está afundando e as multidões de turistas que visitam o local anualmente não estão contribuindo positivamente para essa situação. Durante a temporada de pico, a encantadora cidade flutuante pode acolher mais de 80 mil viajantes por dia, resultando em uma superlotação tão intensa que algumas das principais atrações turísticas tornam-se inacessíveis. Desde 1950, a população de Veneza reduziu drasticamente, devido ao aumento excessivo do turismo – a cidade perdeu cerca de 120 mil habitantes. Autoridades italianas afirmaram que, a partir de janeiro de 2023, os viajantes deveriam pagar uma taxa que ajudaria na manutenção do turismo, como limpeza – o preço da entrada poderia variar de € 3 a € 10. Porém, esse projeto foi adiado e até hoje não é cobrada a taxa.
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Santorini, Grécia
Santorini faz parte do arquipélago das Ilhas Cíclades e, nos últimos anos, a sua popularização nas redes sociais levou a uma sobrecarga de visitantes – o local recebe até dois milhões de turistas anualmente, de acordo com a CNN. Com isso, a ilha determinou um máximo de 8 mil visitantes diários para os navios de cruzeiro. A Condé Nast Traveler afirma que, em 2015, Santorini foi o porto mais movimentado do país, com 636 navios de cruzeiro, trazendo um total de 790 mil pessoas para a famosa ilha. A partir disso, a Organização Nacional de Turismo na Grécia (GNTO) está investindo em medidas para reduzir o turismo desenfreado, focando seus esforços na ampliação da temporada de turismo de verão, ou seja, espalhar a visitação ao longo do ano de maneira mais equilibrada.
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8 destinos que estão sendo destruídos pelo turismo excessivo
Ilhas Phi Phi, Tailândia
A fama trouxe à região hordas de turistas, e muita gente acaba ficando decepcionada por ter que compartilhar a vista com tanta gente. O centro de Phi Phi é movimentadíssimo, com festas com shows pirotécnicos, agências de turismo, estúdios de tatuagem e barracas vendendo baldes de bebida. Não é uma ilha para quem quer tranquilidade. As praias e as águas cristalinas dessas ilhas estão ameaçadas, pois o aumento do turismo está atraindo a construção de resorts. A conservação das terras parece ser uma prioridade para a Tailândia, pois até mesmo outra ilha turística popular, Koh Tachai, foi recentemente fechada de forma indefinida para os turistas, a fim de possibilitar a recuperação do ambiente natural. Será que é sustentável visitar Koh Phi Phi, na Tailândia, onde 80% dos recifes de corais já foram destruídos pelo turismo de massa?
A Maya Bay, cenário do filme “A Praia”, protagonizado por Leonardo DiCaprio, recebia até 8 mil visitantes por dia no auge, segundo a CNN (considerando que a praia conta com somente 250 metros de extensão). Essa superlotação resultou na devastação completa de ecossistemas nas ilhas, levando a praias e ondas poluídas por detritos, recifes gravemente prejudicados devido a ações irresponsáveis de mergulhadores e embarcações (estima-se que Maya Bay tenha sofrido uma perda de 80% de sua cobertura de corais) e um quase extermínio da vida marinha. Em 2018, foi fechada por tempo indeterminado e hoje já está aberta para visitação (os viajantes serão agrupados em grupos de até 300 pessoas e cada grupo poderá aproveitar a praia em oito horários de apenas uma hora cada um – começando às 10h e terminando às 18h).
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8 destinos que estão sendo destruídos pelo turismo excessivo
Antártica
A Antártica, conhecida por suas paisagens deslumbrantes e por ser o continente mais frio e isolado do planeta, está enfrentando desafios significativos, resultado das mudanças climáticas globais e da intensa invasão de turistas através de navios de cruzeiro. A crescente atividade de embarcações que vem do Chile e da Argentina com destino à Península Antártica, tem aumentado bastante a poluição da água, colocando em risco a vida de espécies únicas da região. Para conter essa ameaça ambiental, o Tratado da Antártica foi estabelecido com o objetivo de limitar o impacto ao meio ambiente e preservar o território, para que ele seja uma área utilizada apenas para fins pacíficos. Com isso, foi restringido o número de pessoas autorizadas a desembarcar no local para 100 de cada vez e proibido navios com mais de 500 passageiros de atracar em qualquer ponto de desembarque.
Dicas para minimizar o impacto social e ambiental nas viagens
- Diminua seu lixo plástico: durante a viagem, prefira consumir bebidas em latas ou garrafas de vidro, mais fáceis de serem recicladas. Para resolver o problema da garrafinha de água, você pode levar uma garrafinha de inox e encher sempre que tiver um filtro disponível. Além disso, invista em uma garrafa que é capaz de filtrar a água. Outra questão importante em relação ao lixo é não se iludir com a coleta de lixo em cidades pequenas. A reciclagem já é feita em pouquíssima escala nos grandes centros urbanos, que dirá em pequenos vilarejos.
- Informe-se em relação aos problemas: o primeiro passo para mudar de atitude é tomar consciência do problema. Muitas matérias, livros e documentários das últimas três décadas têm se dedicado a investigar os efeitos nocivos da indústria do turismo pelo mundo.
- Procure projetos de turismo de base comunitária: o turismo de base comunitária se propõe como um contraponto ao turismo convencional como um modelo ecologicamente correto, economicamente viável e socialmente justo. Dentro dele, as comunidades locais que recebem os turistas têm total controle para planejar, executar e ser beneficiário direto da renda gerada, que passa a contribuir para melhorias nas comunidades e para a valorização das atividades tradicionais. São experiências menos “confortáveis” e mais imersivas.
- Boicote atrações com animais em cativeiro: segundo uma pesquisa da Universidade de Oxford realizada em 2015, cerca de 550 mil animais sofrem nas mãos de atrações turísticas irresponsáveis pelo mundo. Isso inclui zoológicos, aquários, centros para nadar com golfinhos comuns no México e no Caribe, lugares que deixam chegar perto de tigres na Ásia e até cavalos que puxam charretes em cidades como Nova York. Para evitar cair em um lugar desses desavisado, veja animais em seus habitats naturais, no máximo em parques nacionais e reservas ecológicas.