Acordar antes mesmo do sol nascer para explorar os campos abertos a bordo de carros de safári, dirigir acompanhado do som de araras-azuis e tuiuiús, navegar em lagos onde os jacarés dão o ar da graça, se espreitar nos arbustos onde os tamanduás-bandeiras andam em total silêncio, é como conhecer e redescobrir fragmentos do Brasil primitivo, que vive em meio a cheias e secas em uma das maiores planícies inundáveis do planeta.
Como chegar no Refúgio Ecológico Caiman
A Pousada Caiman fica localizada no município de Miranda, no Mato Grosso do Sul. O aeroporto mais próximo fica em Campo Grande, que dista 236 km do refúgio. De lá, existem duas opções a seguir: carro ou avião particular. A viagem de carro inclui um longo trecho de terra, por isso a indicação é o uso de um 4×4. Por conta dos muitos animais que vivem livremente pelo terreno, não é possível circular de carro dentro da Caiman, por isso, transfer é a melhor opção – preços a partir de R$ 1 500, peça indicação para a pousada.
Quando ir para o Refúgio Ecológico Caiman?
A melhor época do ano para avistamento de animais é no período da seca, entre julho e outubro. Na cheia quase não dá pra passear pelos campos, uma vez que fica tudo alagado. Contudo, cada estação tem seu cenário e particularidade.
Quanto tempo ficar no Refúgio Ecológico Caiman?
Os pacotes da Pousada Caiman são de três ou quatro noites, de quinta-feira à domingo ou de domingo à quinta-feira. Geralmente são feitos passeios de safári pela manhã e ao entardecer e, neste meio tempo, o tempo é livre para fazer refeições, descansar e curtir as comodidades da espaço.
Quanto custa uma estadia no Refúgio Ecológico Caiman?
O valor da diária começa em R$ 1 675 e todos os pacotes incluem pensão completa, com exceção de bebidas alcóolicas, e diversas atividades de contemplação da fauna e da flora pantaneiras. Cobra-se uma taxa ambiental individual de R$ 500.
Pantanal: extrema necessidade por atenção
No mosaico de biodiversidade, o Pantanal contém vestígios de outros quatros biomas, incluindo a Amazônia, parte do Cerrado, Mata Atlântica e o Chaco da Bolívia, características que tornam o ambiente tão rico, diverso e o bioma mais bem conservado do Brasil, com cerca de 80% de cobertura vegetal. Contudo, só isso não é o suficiente. De acordo com o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), o bioma está no pior cenário dos últimos 22 anos. O número de focos de incêndio aumentou em mais de 1.800% na comparação entre agosto de 2019 e de 2020 e as áreas de desmatamento relacionadas ao manejo inadequado de terra para agropecuária são cada vez maiores, colocando em risco o frágil equilíbrio ambiental da região.
Configura-se ali uma fauna e flora riquíssima com extrema necessidade de atenção.
Aí entra o Refúgio Ecológico Caiman, um oásis de 53 mil hectares que tem como missão preservar a fauna, flora e a cultura pantaneira. Suas contribuições se dão principalmente através do apoio aos projetos e iniciativas locais de conservação, que incluem a RPPN Dona Aracy, Reserva Particular do Patrimônio Natural, o Onçafari, ong que luta pela conservação das onças-pintadas, o projeto Papagaio Verdadeiro, que estuda e coleta informações sobre a ave, uma das mais ameaçadas pelo tráfico ilegal e o Instituto Arara Azul, que monitora os ninhos de arara-azul, ajudando a aumentar significativamente sua população no bioma.
Em busca da onça-pintada
Inegavelmente, a verdadeira atração é a onça-pintada. Campos abertos, planícies alagáveis, regiões de pastagens e uma boa oferta de alimentos silvestres como catetos, veados e tatus, tornam o bioma o ambiente ideal para concentrar uma das maiores populações da espécie no Brasil. Há dez anos atuando no Refúgio Ecológico Caiman, o Projeto Onçafari tem o desafio de reintroduzir onças (órfãs) ao seu habitat natural, promover estudos sobre a espécie e conscientizar a população quanto à preservação. Mais legal ainda, eles conseguem habituar os animais à presença de veículos, deixando de encará-los como ameaça e, assim, vivendo uma vida totalmente selvagem, livre e passível de avistamento. Ao longo dos anos, o projeto registrou mais de 150 onças-pintadas.
LEIA MAIS: Conheça o Onçafari: projeto de proteção de onças-pintadas e lobos-guarás
A probabilidade de encontrar uma onça durante a sua estadia é de 98%.
O que fazer no Refúgio Ecológico Caiman
Na Pousada Caiman os hóspedes têm a chance de viver experiências únicas que incluem focagem noturna, caminhadas, canoagem de contemplação e até cavalgadas, sempre acompanhado de um grupo de visitantes, um biólogo especializado no Pantanal para guiá-lo e tirar as dúvidas e um nativo que fica encarregado de trazer histórias únicas do bioma.
FOCAGEM NOTURNA
Como uma continuação aos safáris noturnos, embarque em um veículo aberto e alto, equipado com faroletes de luzes mais fortes, para poder desbravar o Pantanal no escuro. É principalmente de noite que alguns animais que raramente são vistos durante o dia são encontrados. Mais uma vez, a onça-pintada é a estrela do avistamento, já que é neste período que ela está mais ativa e pronta para caçar. Mas também não é difícil se deparar com lobinhos, jacarés, jaguatiricas e corujas.
CAMINHADAS ECOLÓGICAS
Momento em que o sertanejo te acompanha com seu chapéu de palha, calça jeans, camisa, cinturão de couro e um facão pendurado por entre trilhas em meio a mata fechada. Ideal para fazer uma imersão na natureza, conversar sobre curiosidades e conhecer histórias que envolvem a fauna pantaneira. Encontre vestígios deixados pelos animais e aviste-os mais de perto em um passeio que ensina a viver em maior harmonia com a natureza.
PASSEIO DE CANOA AMERICANA
Dentro de uma canoa canadense, super estável e muito fácil de ser manobrada, deslumbre das paisagens naturais do bioma dentro das suas mais belas baías, remando meio a jacarés, piranhas, sucuris e aves que vêm e vão em busca de alimento, aproximando-se com respeito da fauna local e curtindo o clima calmo do rio. O passeio é realizado no entardecer, proporcionando um show de tranquilidade ao ver o céu pantaneiro mudando de cor com a sede da fazenda ao fundo começando a se iluminar.
CAVALGADAS
A tradicional montaria de contemplação por áreas alagadas ou planícies verdinhas é uma atividade clássica entre os sertanejos pantaneiros e te faz ver o ambiente pelos olhos do local, de cima do cavalo. Na Caiman, esse passeio está incluso na atividade opcional de Pantaneiro Tour, que, nada mais é, que conhecer de perto o modo de vida pantaneiro participando do cotidiano dos habitantes.
INSTITUTO ARARA AZUL
Passe uma manhã com a equipe do Instituto Arara Azul, monitorando ninhos da espécie junto aos biólogos do projeto. Apesar de ameaçadas de extinção, o avistamento de casais juntinhos pelo céu azul ou grandes famílias dominando as árvores de Manduvi, é certeiro. Isso graças ao Projeto Arara Azul. No total, são cerca de 615 ninhos monitorados e 3 mil indivíduos distribuídos. Só na Caiman estão 38% dos ninhos e desde que o projeto começou o monitoramento, a população de araras praticamente triplicou.
BIRDWATCHING
E falando em aves, a América do Sul é conhecida como o continente das aves e possui quase um terço de todas as espécies do planeta. Despontando como um dos melhores municípios para a prática de birdwatching, o Mato Grosso do Sul leva vantagem na cadeia. No total, são mais de 630 espécies de aves catalogadas. Dentre os destaques pantaneiros, os tuiuiús, emas, seriemas, tucanos, curicacas e as araras-azuis, vistas a olho nú ou com os binóculos alugados na sede, sob o olhar atento do guia, que te mostra todas as espécies ao longo dos passeios matutinos.
Infraestrutura e serviços no Refúgio Ecológico Caiman
No total, são 53 mil hectares de terreno e três luxuosas pousadas: a Casa Caiman, a principal, com 18 suítes com varanda, aberta para o público geral e as outras duas, mais afastadas da sede, que funcionam no esquema de villas privativas: a Baiazinha, toda suspensa, onde, na cheia, fica rodeada por água, esbanjando vista para a baía, seis quartos com varanda, piscina, sala de estar e de jantar, e a Cordilheira, com vista privilegiada para a mata e sua vazante. Conta com cinco quartos, sendo dois deles chalés independentes, piscina com deck, sala de estar e de jantar. As diárias na Sede custam a partir de R$ 1 675, por pessoa, num pacote fechado de três ou quatro noites, em um regime de pensão completa (com exceção de bebidas alcóolicas) e diversas atividades de contemplação inclusas.
Na gastronomia, a comida caseria é deliciosa nos buffets de café da manhã, brunch e jantar. Mas o destaque mesmo vai para as experiências gastronômicas fora da sede do complexo. A primeira, no celeiro da propriedade, com fogueira no talo, música sertaneja raíz ao vivo e comidas típicas, que exaltam as raízes pantaneiras, com heranças das tradições pecuárias e pesqueiras, com boas porções de pacu, churrasco no espeto de pau com mandioca, sopa paraguaia e muito mais.
E, na última noite, para finalizar a estadia com chave de ouro, acontece uma janta super especial no meio da mata, sem deixar a superestrutura de lado, com decoração, comida e carinho afetivo pensado nos detalhes. Você é recepcionado por um corredor cheio de lamparinas, lavagem da mão com água quentinha, quentão de entrada e um espaço aberto com mesinhas de madeira no estilo piquenique, onde você pode aproveitar de uma refeição mais leve, com espetinho de vegetais, batata e queijos, além de peixes e patês e sopas especiais. Se quiser, acompanhado de vinho, pago à parte.
Quando o assunto é infraestrutura, a Caiman também não deixa a desejar. Entre um passeio e outro, é possível desfrutar das áreas de lazer como ouvir o canto dos pássaros deitado na rede, tomar um banho de sol na beira da piscina, relaxar nos almofadões com vista para a baía ou, ainda, recuperar as energias nas suítes amplas e iluminadas cheia de elementos que remetem à cultura pantaneira. Quando cai a noite, a área externa com firepit é o melhor lugar para apreciar o mágico céu estrelado do Pantanal e, pode apostar, lá você verá um dos céus mais lindos do Brasil. Um cenário sem fim de muita paz.
O que levar na mala pro Pantanal?
Já anota aí para não errar no look durante a viagem pro Pantanal! Ainda que faça calor praticamente durante todo o ano, é principalmente durante os passeios de safári no carro aberto ou nas caminhadas pela mata que você vai desejar ter levado as roupas corretas na mala! Itens como como uma calça confortável, touca, cachecol e uma jaqueta com tecnologia Omni-Tech™, impermeável e respirável, são um must-have na aventura. Confira as nossas escolhas by Columbia Brasil.
USE O CUPOM ANNALAURA PARA 10% OFF
É 3 em 1, com capuz removível e ajustável e forro interno que pode ser usado sozinho. A estrutura conta com a exclusiva tecnologia Omni-Tech™, com impermeabilidade garantida contra a passagem de água e vento.
Dois em um além de calça, ela pode virar bermuda e conta com tecnologias como Omni-Wick, para a dispersão de suor, além da proteção contra raios UV. Modelagem reta com bolso traseiro de segurança.
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Conta com a tecnologia Omni-Wick™, para a rápida evaporação do suor, Omni-Freeze™ ZERO Ice™, para resfriamento e a segurança da Omni-Shade™.
Mantém o corpo seco e protegido, com rápida dispersão do suor, e tem tecido fresco e proteção contra os raios solares. Possui mangas ajustáveis.
Feito de poliéster, o boné Coolhead é uma peça-chave que deve estar na sua mala para o Atacama: possui tecnologia Omni-Shade™ FPS 50 e super-resfriamento ativado pelo suor.
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Com dois bolsos externos com zíper e barrigueira ajustável, a bolsa casual é confortável e perfeita para atividades de aventura ao ar livre. Possui a parte traseira acolchoada e clip de segurança.
Pode ser dobrada e guardada dentro do seu próprio bolso interno e ainda é resistente à água, que pode ajudar a proteger seus pertences – além de não sujar com facilidade.
*O Carpe Mundi se hospedou no Refúgio Ecológico Caiman em parceria com a pousada. O conteúdo do post reflete apenas a opinião da autora.