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Turismo no Norte: para onde viajar?
O turismo no Norte é muito mais que as florestas na Amazônia. Explore a pluralidade do Pará, as riquezas biológicas do Amapá, a imersão cultural do Amazonas, as trilhas e cachoeiras de Roraima, as áreas pouco exploradas do Acre, a natureza conservada e exuberante de Rondônia e os fervedouros encantadores de Tocantins.
Turismo no Norte: lugares que você deve conhecer
Pará
Começando pelo estado do Pará, onde a Amazônia encontra o mar, conheça lugares intocados e uma floresta bem diferente da que existe no Amazonas, com pequenas áreas de Mangue e terrenos alagados. Em Belém, o passeio da revoada de papagaios na Ilha dos Papagaios, é indispensável. Contemple o nascer do sol em um passeio fluvial, veja e ouça os milhares dos pássaros que dão nome ao local, livres na natureza e saudando o dia que está amanhecendo. Passar o dia na Ilha do Combu também é parada obrigatória – o café da manhã da Filha do Combu é imperdível, com direito a trilhas pela floresta, conhecendo a plantação e extração do cacau.
Outro clássico é a Ilha do Marajó, a maior ilha banhada por água doce e salgada do mundo. Ela fica em frente à Belém e para chegar é preciso pegar uma balsa ou um catamarã. As maiores cidades são Soure e Salvaterra, ambas com boa infraestrutura de hotéis e restaurantes. Em Soure, agende seu passeio com a Fazenda São Jerônimo, com direito a canoagem pelo Rio Igarapé, que desemboca na Praia do Goiabal. Outra opção é um passeio pelo vilarejo de Joanes, praia linda de rio com infraestrutura de barracas com bons petiscos de queijo de búfala feito por lá. Fora do roteiro tradicional, indico o Mirante do Boto, em Mocajuba, conhecido pelo número de botos que vivem na região e onde é possível apreciá-los dançando nas águas.
Um pouco mais longe de Belém está a região do Tapajós, alcançada a partir de um voo de Belém até Santarém. O ponto de parada obrigatória é Alter do Chão, que na época de estiagem, no segundo semestre, proporciona praias de rio lindas, com areia branca e água esverdeada. Não deixe de conhecer a Ilha do Amor, a praia mais famosa da região, o Lago Verde para um bom passeio de canoa, ver Alter do Chão de cima fazendo a trilha da Serra Piraoca, conhecer a Floresta Nacional do Tapajós, que é preservada e cuidada por comunidades tradicionais e se possível conhecer a tribo Munduruku que resiste na região com seus costumes tradicionais. Aproveite um almoço na Casa do Saulo, um dos melhores da região.
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Amapá
Subindo o Rio Amazonas, vamos chegar em Macapá, capital do Amapá, que tem uma paisagem muito parecida com a de Marajó – está do outro lado da ilha, mas tem passeios interessantes. Um dos imperdíveis é o Museu Sacaca, localizado em uma reserva no meio da cidade e que reproduz o modo de vida ribeirinho e indígena na região Amazônica, além de expor todas as riquezas biológicas da região. Para ainda mais imersão, no passeio do Rio Cariaú é possível conhecer de perto as comunidades ribeirinhas e explorar os terrenos alagados da região, além de trilhas para conhecer a extração do açaí.
Outro passeio interessante é navegar nessa parte do Rio Amazonas, que divide Macapá do Marajó. Um visual diferente e lindo, onde o rio se confunde com o mar.
Amazonas
Turismo no Norte: descendo pelo Rio Amazonas e entrando na floresta, chega-se a Parintins, município do Amazonas, que faz fronteira com o Pará. O local é conhecido pela festa do boi Caprichoso e Garantido que acontece todos os anos no último final de semana de junho, e tem duração de três dias – é uma espécie de Carnaval da Amazônia. As duas escolas competem no bumbódromo ao som de músicas regionais e a cidade fica dividida em duas cores: azul do Caprichoso e vermelho, do boi Garantido.
Descendo ainda mais o Rio Amazonas, está Manaus, no coração da floresta, e com muitas opções de passeios. Na capital, conheça o Teatro Amazonas, construído na época da borracha e com arquitetura renascentista. Também não deixe de passar no Mercado Adolpho Lisboa e na Galeria Amazônica, espaço de valorização da arte das populações tradicionais. Depois do roteiro histórico, faça o passeio do encontro das águas, que é a divisão entre o Rio Negro e o Rio Solimões, onde é possível apreciar as vitórias régias e a dança dos botos que vivem livres por alí.. Pertinho da capital, no Igarapé do Tarumã, está o Abaré, restaurante flutuante com comida regional para passar o dia e se divertir tomando banho de rio e relaxando em uma das suas espreguiçadeiras.
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Um bom bate-volta é em Presidente Figueiredo, município que é a terra das cachoeiras. A Gruta da Judéia, a Caverna do Maroaga, a Cachoeira da Neblina e de Iracema são paradas obrigatórias, com trilhas na mata fechada e contato genuíno com a natureza. A 2h30 de carro de Manaus também está o Parque Nacional de Anavilhanas, no vilarejo do Novo Airão. Em uma das maiores reservas ecológicas da região, conheça o Flutuante dos Botos, onde é possível apreciar a sua beleza e chegar bem perto, tal como a Praia da Coroa, banhada por dois rios, a Praia do Camaleão, conhecida por seus bancos de areia enormes, que proporcionam um dia de muita tranquilidade, e a Cachoeira do Carabini, com acesso exclusivo apenas por barco.
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Presidente Figueiredo é a rota das cachoeiras no coração da Amazônia
Onde se hospedar na Amazônia?
Juma Ópera, Manaus, AM
O segundo hotel-boutique de alto padrão da região, construído pelos proprietários do Juma Amazon Lodge para receber seus hóspedes durante sua passagem pela cidade, ocupa cinco casarões históricos bem em frente ao Teatro Amazonas. O impressionante rooftop com piscina dá a sensação do hóspede estar quase dentro da abóbada do teatro – não deixe de aproveitar as espreguiçadeiras ao redor para tomar um sol delicioso. Nos 41 quartos, a proteção acústica foi pensada e planejada garantindo mais conforto sonoro aos hóspedes, e em quase todos há vista pra antiga ópera. Também caiu no gosto dos manauenses o Restaurante Ópera, na cúpula de vidro principal da construção, onde a conceituada chef Sofia Bendelak traz elegância e ousadia em uma cozinha composta pela combinação de pratos contemporâneos carregados de matizes e sabores amazonenses. Diárias desde R$ 1 487.
Juma Amazon Lodge, Autazes, AM
O Juma Amazon Lodge é um hotel de selva construído no meio da selva: a 3h de Manaus, oferece uma das experiências de viagem mais autênticas e sustentáveis que se tem no país. Das áreas comuns, a mais bacana é a piscina de rio, cercada por grades dos lados e no fundo, impedindo a entrada de peixes e outros bichos, mas deixando a água circular. Um deck de madeira flutuante com espreguiçadeiras e mesinhas com guarda-sóis de palha fica em volta. No hotel, pacotes de três a cinco noites em bangalôs rústicos sob palafitas à beira do Rio Juma (um afluente do Rio Negro) incluem passeios como canoagem, pesca de piranhas, focagem de jacarés, escaladas em árvores, caminhadas na floresta e até mesmo pernoites em redes no meio da mata. Diárias desde R$ 3 033.
Roraima
Ao norte do Amazonas está Roraima e sua capital, Boa Vista, banhada pelo Rio Branco, spot ideal para a prática de caiaque, sup e windsurf. O município de Iracema esbanja uma paisagem serrana encantadora, que guarda lindas cachoeiras e trilhas na mata fechada. Já o município de Cantá tem programações de rapel na Cachoeira Urubu Rei, passeios a cavalo nos hotéis fazenda e jet ski nos rios da região. Se afastando da capital, explore o município de Normandia, onde está a reserva indígena Raposa Serra do Sol, que guarda o Lago do Caracaranã, com água cristalina e natureza intocada, além da Serra do Cruzeiro, acessada por trilhas e que permite vista de montes ao horizonte.
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Mas a verdadeira pérola do estado é o Monte Roraima, ou Paraíso das Cachoeiras, acessado pelo Brasil através da cidade de Pacaraima. Também considerada a maior montanha plana de todo o mundo, ela fica localizada na tríplice fronteira entre Brasil, Venezuela e Guiana, dentro de uma importante reserva natural e destino requisitado entre trilheiros mais experientes. A boa notícia é que o parque tem mais a oferecer que a trilha até o topo do Monte. É possível conhecer as cachoeiras da Onça, do Macaco e a do Galo da Serra. Mais a frente, no município de Uiramutã, também está a Cachoeira Urucá, acessada por trilhas e que forma um lago de águas cristalinas.
Acre
Ao extremo da floresta, chegamos no Acre. Na capital Rio Branco, que fica na tríplice fronteira entre o Peru e a Bolívia, o passeio imperdível é o Parque Ambiental Chico Mendes, que foi construído em uma área de preservação ambiental e onde você pode aproveitar o espaço fazendo trilhas na mata nativa. Caso tenha mais interesse na história e luta de preservação do Chico Mendes, outro lugar interessante é o Museu Casa do Chico Mendes que fica em Xapuri.
A segunda maior cidade do Estado é Cruzeiro do Sul, muito procurada por ser sede do Parque Nacional da Serra do Divisor e estar na divisa com o Peru, além de ser considerada a parte da floresta com maior biodiversidade. No parque, os visitantes ainda podem conhecer os povos nativos que vivem às margens do Rio Moa. E se conhecer tribos indígenas te interessa, não deixe de fazer a Rota dos Caminhos das Aldeias, que passa pelo Vale do Juruá onde foram encontrados geoglifos – marcas no solo com símbolos e formas geométricas que indicam que indígenas praticavam rituais muito antes dos colonizadores chegarem na região.
Rondônia
Mais ao sul da floresta, está Rondônia. Porto Velho, sua capital, surgiu nos tempos áureos da extração da borracha na região e está banhada pelas águas do Rio Madeira, de onde saem passeios imperdíveis para contemplar o pôr do sol e aguardar a aparição dos botos. Pelo estado, também vale conhecer o Parque Nacional Pacaás Novos, que foi criado para frear o desmatamento e preservar a floresta e a biodiversidade da região. No parque está o pico mais alto do estado, o Pico do Tracoá, com uma vista linda para a floresta preservada, acessada por carro ou por trilha. No trajeto, desfrute de lindas quedas d’água e conheça o encontro das águas entre os rios Mamoré e Pacaás Novos – para isso, indico a o Pakkas Palafita Lodge, hotel em meio a selva com hospedagens em palafitas, piscina de borda infinita para o rio e imersão total na floresta primitiva.
Tocantins
Nossa última parada é em Tocantins, um estado que mistura a Amazônia e o Cerrado. Chegando em Palmas, vale muito conhecer o Rio Tocantins que banha a cidade, o Palácio do Araguaia, que conta a história do Estado mais novo do Brasil e, se tiver um tempinho, faça o passeio para a Ilha de Canela, há 15 minutos de barco da cidade.
Saindo da capital o destino mais procurado é o Jalapão, que tem paisagens encantadoras de dunas, cachoeiras e fervedouros de águas azuis. Alguns dos pontos imperdíveis são: a vista da Pedra Furada, as Dunas do Jalapão, o Fervedouro dos Buritis e do Buritizinho, Fervedouro do Encontro das Águas, o Canyon Encantado e o Canyon do Sussuapara. Outra região de muita beleza natural é a Serras Gerais formada por oito municípios localizados no sudeste do Estado e alguns pontos de natureza imperdíveis – um deles é a Cachoeira do Paraíso, com uma queda d’água em meio a paredões rochosos que formam piscinas e lagoas naturais de águas cristalinas. No município de Pindorama também é possível encontrar a Lagoa do Japonês, um achado paradisíaco entre as montanhas.
Adorei o roteiro. Qual o melhor mês para fazer e o acesso é fácil de barco? Tenho 2 meses para viajar. Vou só achas tranquilo? ❤️🙏❤️