estação espacial em órbita no espaço

Turismo espacial: uma realidade plausível? E quanto custa ir ao espaço?

“Viagens espaciais realizadas por indivíduos com propósitos não-científicos a puro lazer” é a definição do turismo espacial na página do Wikipedia.

Ou, em outras palavras, como virar um astronauta amador por algumas horas e passear em módulos espaciais. Uma visão um tanto quanto futurista do universo turístico, mas, ao mesmo tempo, mais perto do que pensamos de virar realidade.

HISTÓRIA DO TURISMO ESPACIAL

Embora o conceito de turismo espacial ainda pareça futurista, ele, na verdade já tem história estabelecida há duas décadas. Até agora, no entanto, a Agência Espacial Russa foi a única empresa que facilitou com sucesso o turismo espacial orbital. Isso ocorreu no início dos anos 2000, período em que sete turistas espaciais foram levados ao espaço. 10 anos depois, os russos encerraram suas operações no nicho e, desde então, várias empresas privadas começaram a realizar viagens para o espaço, chegando cada vez mais perto do sonho do turismo espacial virar realidade.

TURISMO ESPACIAL: UMA REALIDADE PLAUSÍVEL?

A boa notícia é que as iniciativas em nome da empreitada são muitas: a SpaceX, de Elon Musk, por exemplo, anunciou que retomará as viagens particulares ao espaço no final deste ano com um lançamento que levará o bilionário japonês Yusaku Maezawa à Estação Espacial Internacional (ISS). Mas o sonho de conhecer o espaço vai ser privilégio de poucos, ou melhor, pouquíssimos, por ainda muito tempo.

Além do custo de milhões de dólares cobrado pela viagem, o candidato a turista espacial precisa passar por uma série de testes físicos e médicos – podendo ser reprovado e impedido de viajar caso apresente alguma anomalia ou deficiência em qualquer etapa do treino – além de um treino intensivo de seis meses na chamada Cidade das Estrelas (área do programa espacial russo onde os astronautas são treinados desde os anos 60) simulando as condições de adaptação à microgravidade encontrada nas naves espaciais em órbita.

cabine avião turismo espacial

Essas viagens são o início do que poderia ser uma lucrativa indústria do século XXI. Já existem várias empresas de turismo espacial planejando construir veículos suborbitais e cidades orbitais nas próximas décadas. Enquanto isso, a Administração Federal de Aviação (AFA), entidade responsável por regular lançamentos para voos espaciais comerciais nos Estados Unidos, também se prepara para atender e regulamentar as novas necessidades que irão surgir.

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VOOS SUBORBITAIS x VOOS ORBITAIS

Um VOO SUBORBITAL é um voo espacial em que a nave atinge o espaço, mas não efetua uma viagem orbital completa. Um voo já é considerado espacial suborbital ao atingir uma altitude de 100 km acima do nível do mar, ponto em que um veículo suspenso na atmosfera da Terra consegue voar mais rápido que a velocidade orbital. Depois disso, ele retorna para à Terra. Essa modalidade é a mais provável de ocorrer num futuro próximo das viagens espaciais, por não sair, de fato, para o infinito do espaço sideral, permanecendo na órbita da Terra. Num voo suborbital já é possível enxergar discretamente a linha curva da Terra no horizonte e experimentar o comecinho da sensação de zero gravidade.

Já um VOO ORBITAL é um voo espacial no qual a aeronave levada ao espaço permanece nele por, pelo menos, uma órbita completa ao redor da Terra, ficando numa trajetória livre no espaço sideral. As missões espaciais são todas consideradas voos orbitais, em que pode-se avistar a Terra do espaço mais distantemente que num voo suborbital rente à atmosfera e sentir a condição da microgravidade encontrada nas naves espaciais em órbita.

avião virgin atlantic turismo espacial

QUANTO CUSTA UMA VIAGEM ESPACIAL?

A NASA estima algo entre US$ 58 milhões por assento (pessoa), fora a “taxa de hospedagem” de US$ 35 mil a diária como investimento para realização de uma viagem espacial. Ta aí o porquê de ser uma atividade ainda inviável para 99,99999% dos seres humanos. E, olhando mais adiante, o interesse na indústria espaço sideral tende a realmente decolar quando o turismo espacial se estender além da órbita da Terra, especialmente se as missões lunares se tornarem financeira e logisticamente viáveis.

PRINCIPAIS COMPANHIAS DE TURISMO ESPACIAL

Virgin Galactic

A companhia que é parte do Grupo Virgin já tem um avião espacial, o VSS Unity, que entrou no espaço sideral em dezembro de 2018 como parte de um processo de testes, trazendo a possibilidade de voos espaciais comerciais mais próximos. A empresa já tem uma extensa lista de espera de turistas espaciais, com um depósito inicial de £ 200 mil necessários para garantir uma vaga. No entanto, a Virgin teve problemas nessa empreitada, incluindo a perda em voo de seu avião espacial VSS Enterprise no ano de 2014.

SpaceX

A SpaceX já possui uma vasta experiência no que diz respeito ao lançamento de voos espaciais e também é pioneira no movimento do turismo espacial. No entanto, a empresa de Elon Musk está priorizando o turismo lunar e outras formas de viagens espaciais que se estendem além da órbita da Terra. As intenções de enviar clientes pagantes ao espaço existem desde 2017 – a primeira viagem ao redor da lua seria feita com dois passageiros no ano seguinte, 2018, mas vem sendo adiada desde então.

Blue Origin

Principal concorrente da Virgin Galactic em termos de turismo suborbital de viagens espaciais. No entanto, sua oferta é baseada n um foguete mais tradicional, o New Shepard, que decola e pousa verticalmente, e seus objetivos são para construir voos espaciais orbitais. Assim como a Virgin, a Blue Origin realizou vários voos de teste e planeja colocar até 6 passageiros por voo no espaço em breve, com espaço para cada cliente embarcado poder dar cambalhotas sem gravidade na aeronave.

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Por Anna Laura
@anna.laura

Um dos maiores nomes do turismo no Brasil, Anna viaja há 10 anos em busca de construir um mundo mais consciente, sustentável e a favor da natureza, propondo mais autoconhecimento através de suas experiências pelo globo. Jornalista por formação e fotógrafa por vocação, é editora do Carpe Mundi e Co-founder da plataforma de curadoria em aluguel de temporada Holmy, 100% nacional e de equipe feminina.

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