Porém, para fazer uma viagem de autoconhecimento e meditação na Tailândia, é preciso saber onde ir. Porque, apesar da vibe espiritual, lá também tem turismo de massa pesado. Depois de ter passado duas temporadas longas no país, eu mapeei destinos e experiências bacanas para dar essa vibe zen à sua viagem, focando também nos lugares onde a natureza é mais preservada.
PS: Um pré-requisito importante para fazer esse tipo de viagem na Tailândia é ter um bom domínio de inglês. Todas as experiências são em inglês (ou em tailandês traduzido para o inglês), e sua interação com as pessoas a aprendizados também vão depender disso.
DESTINOS PARA UMA VIAGEM DE MEDITAÇÃO NA TAILÂNDIA
Para fazer uma viagem de autoconhecimento e meditação na Tailândia, eu diria que primeiramente é preciso escolher bem que destinos visitar. Vou falar de alguns aqui que valem pelo turismo, pela natureza e por terem retiros e experiências de autoconhecimento próximos – abaixo, no subtítulo “experiências”, vou citar também lugares avulsos, alguns em cidades não turísticas que você não visitaria se não fosse para chegar até eles.
BANGKOK é inevitável e legal de ver de qualquer jeito – se hospede de preferência longe da Khao San Road (e nem passe lá) e visite os templos principais – Wat Arun, Wat Suthat, Wat Benchamabophit. Vá no Grand Palace beeem cedinho para driblar as multidões e faça massagem tailandesa na escola que tem dentro do Wat Pho (maravilhosa). Eu gostava de passear pelo centro e encontrar templos vazios para meditar (no fim da tarde às vezes você encontra monges cantando).
Entre Bangkok e Chiang Mai fica a cidade de SUKHOTHAI, que guarda um sítio arqueológico incrível com ruínas de quando Sukhothai foi a capital do Reino de Siam (dos séculos 13 ou a 15), relativamente pouco visitado. Alugue uma bicicleta e sinta a vibe de passear pelo parque, observando a arquitetura a princípio hindu e depois budista e encontrando estátuas escondidas de Buda no caminho.
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CHIANG MAI e seus arredores têm uma série de templos que recebem visitantes para retiros. Os retiros nos templos têm esquemas muito variáveis – alguns têm data fixa para chegar, outros não, alguns só tem os retiros de meditação tipo Vipassana de dez dias, outros têm durações mais flexíveis. Vou falar mais dos retiros abaixo no post. De qualquer jeito, a cidade é uma base legal para explorar o norte do país. Há muitas fazendas orgânicas e projetos de permacultura nos arredores.
Perto de Chiang Mai fica a cidadezinha de PAI, que também tem uma vibe hippie, entre montanhas, cachoeiras e plantações de arroz. Ficar em hospedagens mais rurais, fazer trilhas e procurar aulas de yoga e meditação na cidade pode ser legal (leia mais sobre Pai aqui). Vá se você tiver bastante tempo na Tailândia, se não; pule. Para mais natureza e trilhas imersivas, veja com empresas como a Local Alike, que leva para trilhas de dois a três dias pelo norte da Tailândia e visitas a comunidades locais.
Entre as praias, risque da lista os lugares super lotados, como Phi Phi e Pukhet. Muita gente, muito lixo, zero vibes. Se você curtir, eu reservaria um tour de três noites de mergulho com cilindro (se tiver certificado) ou de snorkel pelas SURIN ISLANDS, um parque nacional sensacional com mar cristalino inacreditável. Você passa o dia no barco conhecendo praias e locais de mergulho e dorme em barracas ou cabanas na praia – compre o tour de agências que saem da cidade de Khao Lak, a 100 km de Pukhet.
Se quiser conhecer uma ilha roots para descansar, vá a KOH PHAYAM (não confunda com Koh Phangan, da qual vou falar a seguir), uma ilha bem bonita e pouco conhecida na costa do Mar de Andaman (o transporte sai da cidade de Ranong) que tem lugares como o Surf & Yoga House Koh Phayam e o Art Yoga Homestay on Koh Phayam.
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Outra experiência de natureza pela costa para quem quer sair da muvuca é o KHAO SOK NATIONAL PARK (veja como chegar aqui) que tem uma floresta tropical linda ao redor do lago Cheow Lan, com aquelas imensas rochas arredondadas que você vê em outros lugares da costa da Tailândia e trilhas que correm entre cavernas e cachoeiras. Tem hotéis bacanas integrados à natureza como o Riverside Cottages, o Our Jungle Camp – Eco Resort e o Khao Sok Riverfront Resort.
Mas a ilha oficial da yoga e meditação na Tailândia é KOH PHANGAN, que curiosamente também é a ilha da enorme (e, sinceramente, não recomendável) Full Moon Party. O segredo é não ir enquanto a festa está rolando e se hospedar em dois locais muito específicos da ilha. 1) Perto da Srithanu Beach e da Zen Beach, em um trechinho que concentra dezenas de estúdios de yoga, centros de meditação, restaurantes vegetarianos e lojinhas descolados, além de uma porção de eventos tipo cantoria de mantras e “ecstatic dance”, tudo bem ocidentalizado, claro, mas bem legal – se não ficar num retiro, por ali tem hotéis com preços em conta como o Bamboo Bay, o Benjamin’s Hut e o Loyfa Natural Resort. 2) Em Haad Tien, uma praia semi secreta onde só se chega de barco que abriga retiros como o The Sanctuary.
EXPERIÊNCIAS DE VIAGEM DE MEDITAÇÃO NA TAILÂNDIA
PROJETOS DE TRABALHO VOLUNTÁRIO NA TAILÂNDIA na
A Tailândia é cheia de projetos (tocados muitas vezes por ocidentais junto com tailandeses) de fazendas e comunidades sustentáveis e espiritualistas que recebem voluntários para ajudar no trabalho diário (cuidar de horta, fazer limpeza, tocar redes sociais, cozinhar) e, em troca, passar um tempo com eles. Sugiro esse tipo de experiência para quem tem pelo menos uma semana disponível para isso, por precisar tempo para pegar o jeito da coisa, conhecer as pessoas e realmente integrar o que se aprende. Normalmente estão incluídas sessões de meditação, yoga e outras atividades, além de muita interação com outros voluntários. As instalações para dormir e comer normalmente são BEM simples – vá aberto para desapegar de conforto. Às vezes é preciso pagar uma pequena taxa, mas não costuma passar de US$ 5 por dia.
MINDFUL FARM (75 km de Chiang Mai): Tocada por um tailandês e uma japonesa, a fazenda tem uma produção consistente de orgânicos e um restaurante vegano na vila em que está. Voluntários ficam em quartos simples e participam das atividades da fazenda, o que inclui cuidar da horta, ensinar inglês para crianças da vila no fim de semana, fazer compostagem e aprender sobre budismo. Essa youtuber gringa mostrou um pouco da fazenda aqui. Fale com eles pela página do Facebook.
MINDFULNESS PROJECT (35 km da cidade de Khon Kaen, a 450 km de Bangkok): Igualmente roots, recebe os voluntários com um dormitório de bambu com colchões no chão. O lugar é tocado por um casal de alemães que largou tudo para virar monges na Tailândia e é bastante integrado com o templo budista da comunidade local (a cada duas semanas ele leva os voluntários para dormirem no templo e participarem de uma cerimônia budista). A rotina é organizada, com sessões de yoga, meditação, trabalho na horta ou nos projetos de construção natural e aulas de filosofia budista e espiritualidade.
THAI PLUM VILLAGE (Nakhon Ratchasima, a 200 km de Bangkok): É a versão tailandesa (a sede fica na França) da comunidade do monge vietnamita Thich Nhat Hanh, um dos grandes mestres conhecidos no ocidente atualmente (mas ele não mora e nem fica lá). Em uma bonita área verde, é legal para quem quer ter uma experiência de budismo bem raiz, com uma rotina mais rigorosa que inclui fazer todas as refeições em silêncio, trabalhar na manutenção do lugar e ter “dharma talks” (palestras sobre budismo) e meditação duas vezes ao dia. Veja o site para mais informações.
GAIA ASHARAM (Udon Thani, a 50 km de Vientiane, a capital do Laos, e 650 km de Chiang Mai): O ashram e comunidade natural recebe visitantes para workshops (de permacultura, de design de ecovilla e construção natural) e voluntários para trabalhar nos projetos deles, que mudam de acordo com a estação do ano. Há meditação duas vezes ao dia e aulas de yoga e dança.
PANYA PROJECT (55 km de Chiang Mai): A comunidade sustentável tocada por uma família (ela europeia, ele tailandês) fica em uma fazenda de 4 hectares nas montanhas e recebe voluntários por no mínimo uma semana para aprender sobre o estilo de vida integrado com a natureza e a espiritualidade. Parte do trabalho é na horta e no reflorestamento da propriedade.
PUN PUN (60 km de Chiang Mai): O lugar é uma pequena fazenda orgânica que vende frutas, verduras e ovos e fabrica cosméticos naturais. O centro e comunidade holística recebe visitantes de Chiang Mai só para o dia, dá cursos sobre construção natural e culinária vegetariana e também abriga voluntários por mais tempo – veja o site para se informar.
VIAGEM DE MEDITAÇÃO NA TAILÂNDIA: RETIROS
Viagens de autoconhecimento e meditação nos templos da Tailândia, gastando pouco ou nada:
Como eu disse acima, os retiros de meditação na Tailândia sediados nos templos são bem tradicionais, com comida e acomodações simples, restrições de vestimenta e rotina rigorosa de meditação. Porém, muitos já são bem adaptados a ocidentais e vêm em versões mais lights e curtas para uma viagem de férias e meditação na Tailândia.
WAT SUAN DOK (Chiang Mai): É ideal para iniciantes ou quem não tem muito tempo: o templo de Chiang Mai organiza retiros de 1 a 4 dias com ensinamentos básicos de budismo e meditação durante datas específicas todo mês. É bacana porque tem a rotina integrada junto com os monges do templo e proporciona uma boa experiência de meditação na Tailândia.
WAT DOI SUTHEP (Chiang Mai): O templo mais famoso de Chiang Mai, no alto da montanha, recebe visitantes para retiros de 4 a 21 dias com treinamento em meditação Satipatthana Vipassana. Tem que se vestir de branco e dormir em quartos compartilhados beeem simples.
WAT TAM DOI TOHN (55 km de Chiang Mai): O monastério tem retiros de 7 dias de Vipassana tradicional (com pelo menos 10 horas de meditação por dia) em um local lindo nas montanhas com lago e mirante. Pagamento sob doação. É preciso se inscrever no site.
WAT CHOM THONG INSIGHT MEDITATION CENTER (58 km de Chiang Mai): Escola de meditação do conhecido Ajarn Tong Sirimangalo, um dos mais reverenciados na Tailândia, tem retiros Vipassana de 21 dias com acomodações confortáveis para quem realmente quer mergulhar na coisa. Pergunte sobre cursos mais curtos para uma viagem de meditação na Tailândia.
WAT KOH TAHM (Koh Phangan): Nesse pequeno templo nas colinas de Koh Phangan há retiros de silêncio de sete dias com aulas de meditação, “dharma talks” e sessões de meditação sentadas ou andando.
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PA PAE MEDITATION RETREAT (a 70 km de Chiang Mai): Tem uma proposta interessante, com elementos da vida monástica (acordar cedinho com cantoria de mantras, instalações simples, roupas brancas para meditação, aulas com os monges) em uma bonita área verde. O programa básico de 3 dias tem aulas de meditação, refeições e trabalho na horta e é pago sob doação sugerida de US$ 38.
WAT SUAN MOKKH (Surat Thani, onde pega a balsa para Koh Phangan): O retiro de dez dias acontece todo mês em datas pré-determinadas e a inscrição é feita por ordem de chegada. É uma versão ligeiramente mais light do tradicional retiro de dez dias do Goenka, mas também pede silêncio total pelo tempo do retiro.
Viagens de autoconhecimento e meditação na Tailândia em locais privados:
São centros de yoga e retiros (quase sempre tocados e frequentados por ocidentais) que misturam diferentes técnicas de yoga e meditação e uma porção de outras atividades. Para encontrar outros, o site Book Yoga Retreats funciona bem e tem resenhas de outras pessoas sobre cada retiro.
WONDERLAND HEALING CENTER (Koh Phangan): Com instalações confortáveis (piscina, uma linda sala de yoga, quartos bem decorados e um restaurante) e preços bem ok, tem programas de retiro com alimentação vegana, aulas variadas de yoga e meditação e tratamentos terapêuticos como reiki e massagem tailandesa. Também leva para passeios pela ilha. O retiro de 8 dias com atividades e refeições sai US$ 304 no quarto compartilhado e US$ 408 no duplo.
ISLAND YOGA (Koh Yao Noi): Em Koh Yao, uma ilha não turística perto de Phuket, tem chalés supercômodos (individuais e coletivos) num espaço recluso entre a vegetação, de frente para o mar. O nascer do sol é acompanhado diariamente com seções de tai chi chuan na areia, seguido por duas horas de yoga e café da manhã fartíssimo. À tarde há mais yoga, workshops sobre bem-estar e autoconsciência, exibição de filmes e jantares temáticos. A hospedagem de 5 dias com atividades, café e almoço sai US$ 230 no quarto compartilhado e US$ 344 no duplo.
SAMMA KARUNA (Koh Phangan): Com belas instalações na beira da praia, tem de tudo: de formação de professores de yoga e meditação (tantra, aerial, rebirth) a programa de detox ayurveda e até pacote de retiro custo/benefício para mochileiros. Veja as opções no site. Também é possível se hospedar nos arredores e só ir lá para as atividades.
SHAKTI YOGA RETREAT CENTER – os retiros descritos estão aqui (Koh Phangan): Integrado à mata em Koh Phangan e ainda assim perto da praia, o centro faz retiros voltados para detox e liberação emocional, com sessões de yin e hatha yoga, vivências tântricas e outras atividades. Tem piscina e quartos confortáveis. O retiro de 7 dias com atividades, café, almoço e transfer sai US$ 840.
ORION HEALING CENTER (Koh Phangan): Um dos mais tradicionais de Koh Phangan, fica numa bonita baía e organiza uma série de atividades, como cantoria de mantras, aulas de yoga e sessões de reiki. O programa de detox vegano com hospedagem lá, todas as refeições e atividades de 4 dias sai US$ 540.
THE SANCTUARY RESORT (Koh Phangan): No lado “secreto” da ilha, a praia de Haad Tien, onde só se chega de barco, trata-se de um resort alternativo com yoga, tratamentos de spa, terapias alternativas, comida vegetariana e programas detox. Tudo maravilhosamente integrado na natureza. O programa detox de 6 dias com algumas refeições e atividades sai US$ 748 no quarto compartilhado e US$ 930 no privativo.
Boa tarde
Gostaria de como eu faço
Para participar de um retiro ?
Atte
Luzinete Gomes