Veja aqui como foi nossa estadia no Four Seasons at Sayan, em Ubud, Bali, a ilha mais querida da Indonésia.
Ubud é a capital espiritual e cultural de Bali, mas não é exatamente um oásis: o centrinho zune com o barulho das motos e o fluxo intenso de turistas. E aí você desembarca no Four Seasons at Sayan, a meros 7 km do buchicho, e parece que tudo ficou para trás. O silêncio impera, o ar fica mais leve. O recepcionista abre a porta do carro, te chama pelo nome, te oferece uma flor frangipani, a flor de Bali, para colocar atrás da orelha. E aí você sabe que dali para frente terá dias de rei.
O Four Seasons at Sayan fica num terreno lindo ao redor do rio Ayung e foi um dos primeiros hotéis de luxo a abrir na região de Ubud. No predião principal ficam o restaurante indonésio, onde também é servido o café da manhã, e alguns apartamentos. As acomodações mais especiais, porém, são as villas. Ai, que saudade da minha. Elas foram construídas de forma que você entra por cima, por uma escada caracol que desce até a porta da acomodação.
A minha villa tinha um sala aberta com jardim, uma piscina para chamar de minha e uma mesa onde eu podia receber o café da manhã de roupão em vez de ter que ir ao restaurante principal.
O quarto em si, ornado com móveis de madeira escura e peças de arte locais, tinha uma cama king com edredom daqueles que te engolem, um closet enorme, um banheiro maior ainda com uma banheira deliciosa (devidamente equipada com sais de banho e incensos) e dois chuveiros, um interno e um externo, porque Ubud é quente e dá vontade de tomar banho sentindo a brisa e olhando para o céu.
Talvez você pense que ficando num hotel desses acaba esquecendo que está em Bali e entre num mundo paralelo do luxo que poderia estar em qualquer outro lugar. Mas não, nada no Four Seasons at Sayan é pasteurizado; tudo ali grita Bali. Os laguinhos com flor de lótus, os campos de plantações de arroz, os saiotes e turbantes dos funcionários e, mais importante, a atmosfera zen. O hotel é todo voltado para experiências, me dei conta quando olhei a folhinha de atividades, que inclui meditação guiada, passeios de bicicleta, sessões variadas de yoga, rafting pelas corredeiras do rio e até uma aula de soneca (isso mesmo).
Meu primeiro programa foi uma aula de flying yoga (uma modalidade de yoga feita em uma espécie de rede pendurada no teto), feita num pavilhão lindo de bambu de frente para os arrozais, que estavam verdinhos pela estação das chuvas que tinha recém-terminado. Depois tive uma massagem com banho de flores especial para o chakra do coração (chakras são os centros enérgicos do corpo segundo algumas filosofias orientais). E aí uma sessão de cura energética com um balian, os famosos curandeiros balineses, que me deixou quase num transe de relaxamento. Terminei o dia na jacuzzi do spa, posicionada de modo a deixar ver o rio e a vegetação nativa ao redor. Afundei na água a 40 graus.
Outra experiência bacana foi a aula de culinária saudável. Acordamos cedo para fazer um tour pelo mercadão central de Ubud – é ótimo ir acompanhada de um guia para um lugar desses, para te explicar sobre o que está sendo vendido e facilitar a conversa com os vendedores. De volta ao hotel, fomos a uma cozinha aberta ao lado do rio aprender a fazer jamu, bebida indonésia feita com cúrcuma, uma salada com coco fresco e uma versão simples do gado-gado, clássico prato local feito com legumes e molho de amendoim. Aula de culinária sem esforço, que fique claro, tudo vem cortadinho pra você na hora, pra não estragar o relaxamento ganho no spa no dia anterior.
A bem da verdade, só ficar de bobeira pelo terreno do hotel já era uma delícia. A área da piscina guarda o restaurante Riverside Cafe, de cozinha internacional, onde dá para provar de ceviche a hambúrguer ou risoto (acredite, você vai querer comida ocidental depois de uns dias na Indonésia). A piscina de borda infinita mesclava com a vegetação e o rio, que dá uma vibe de integração com a natureza, e é rodeada por sofás e day beds. Três vezes por semana também há apresentações de dança balinesa no lobby, feita ao som dos “gamelans” (um conjunto de instrumentos tipo xilofones, flautas de bambu, gongos e tambores).
A simpatia característica dos balineses é multiplicada por dez no Four Seasons at Sayan.
Todos te cumprimentam, te oferecem carona nos carrinhos de golfe que circulam pelo hotel e parecem fazer um estudo cauteloso do seu itinerário (o garçom do restaurante do almoço já sabe que você fez uma massagem de manhã e que mais tarde se inscreveu para o passeio de bicicleta) e das suas informações importantes (a senhora é vegetariana, né, Mrs. Neves?). Sim, senhor. Nunca foi tão difícil fazer check-out de um hotel.
*O Carpe Mundi ficou no Four Seasons at Sayan a convite do hotel. O conteúdo do post reflete apenas a opinião da autora.